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Muitas vezes, pelo peso do concreto ser muito elevado, pode dificultar o transporte e construção de certos tipos de obras, como por exemplo, pontes. Sendo necessário o uso do concreto leve.
Imagina como é colocar uma pasta meio mole, pesada, sobre uma estrutura que geralmente fica num local muito elevado, por longos vãos?
E nem vamos nos esquecer de que isso aumenta a carga da obra, sendo muitas vezes necessário gastar dinheiro com fundações mais profundas, complicadas e cheias de riscos para os operários que realizam as escavações.
É exatamente por isso que o concreto leve, o principal protagonista desse texto, pode ser a resposta desse problema.
Pois então vamos lá conhecer um pouco mais sobre o concreto leve!
O que é o concreto?
Primeiramente, vamos entender o que esse material tão comum no nosso dia a dia antes de partimos para o concreto leve. Afinal de contas, existem muitas coisas tão comuns para nós que nunca questionamos sobre o que ele são, de verdade.
O concreto convencional é basicamente o resultado da mistura de cimento, água, pedra e areia. Quando o cimento é hidratado pela água, forma uma pasta resistente e aderente aos fragmentos de agregados (pedra e areia), formando, assim, um bloco monolítico.
Existem diferentes tipos de concreto e aplicações, além de diferentes métodos de mistura para fins específicos. Nesse texto falaremos exclusivamente do concreto leve e seus tipos.
O que é concreto leve?
Concreto leve, como o nome já diz, é um material mais leve que o concreto comum.
Só para se ter uma ideia, o concreto comum varia entre 2300 a 2500 kg/m³, já o concreto leve fica sempre abaixo dos 2000 kg/m³. Essa proeza incrível é resultado da substituição dos agregados comuns de concreto por outros agregados mais leve como argila expandida, vermiculita, bolhas de ar no concreto, e até mesmo, o aparentemente frágil isopor. (EPS)
Existem diferentes tipos de concreto leve, pelo qual falaremos logo a seguir:
1 – Concreto aerado
Na composição nesse tipo de concreto são adicionadas bolhas de ar por meio de processo químico, dando-lhe uma densidade de cerca de 1.000 a 1.200 kg/m³.
Além disso, é muito usado em preenchimento e vedações de paredes, divisórias e painéis. Porém, não é recomendado em elementos estruturais, pois não garante a proteção necessária para armaduras de aço e sua resistência mínima à compressão não é grande o suficiente para esse tipo de tarefa.
2 – Concreto celular
Também conhecido como poroso e espumoso, esse concreto também possui pequenos bolhas de ar que o tornam mais leve. Na sua massa é adicionada uma espécie de espuma, resultando numa mistura de densidade entre 300 kg/m³ e 1.850 kg/m³.
A incorporação de bolhas de ar em seu interior ocorre por meio de dois processos.
- Criando um tipo especial de espuma com equipamentos específicos para essa tarefa, promovendo o contato dela com o ar durante a produção do concreto em um ambiente controlado. Assim é possível determinar com facilidade o volume de expansão e densidade da massa final;
- É possível criar esse tipo de espuma dentro do próprio canteiro de obra usando uma espécie de agitado mecânico que pode ser tanto estático ou portátil e adicionando o concreto na betoneira o resultado do produto. A diferença desse método contra o outro mencionado anteriormente, é a dificuldade de controle do volume de expansão, tornando complicado definir o tamanho das bolhas geradas.
O seu uso é recomendado em rebocos e nivelamento de pisos, contrapisos, caixas de escadas, emboços, lajes e paredes corta-fogo.
3 – Concreto leve estrutural
Muito utilizado para vencer grandes vãos e na criação de projetos flutuantes, o concreto leve estrutural é uma mistura, no qual, os elementos da mistura original do concreto são substituídos por insumos mais leves como poliestireno expansível (isopor), argila expandida ou vermiculita.
- Isopor
Não se engane pelo nome, não exatamente é frágil do jeito que você está pensando, mas também não é tão forte assim. O EPS, também conhecido como poliestireno expansível, mais popularmente conhecido como isopor, é uma resina termoplástica de alta flexibilidade e mobilidade.
Se recomenda o seu uso em quadras, pisos, regularização de lajes, calçadas, mobílias, painéis, fachadas e entre outros, além disso, é o melhor tipo para isolamento térmico, acústico e não retém umidade. - Argila expandida
Sua densidade é em cerca de 1.600kg/m³, portanto, sua execução é recomendada para se usar em lajes e peças pré-moldadas ou preenchimento de lajes já existentes.
Se a argila expandida se unir na mistura do concreto ele eleva a resistência contra compressão do mesmo. Dependendo do seu uso. As quantidades de cada componente da mistura variam. - Vermiculita
A vermiculita é composta por silicatos hidratados de alumínio e magnésio, a sua solução é expansiva de baixa densidade.
Assim como acontece com o isopor, sua resistência à compressão é menor do que o concreto comum, além de ter bom isolamento térmico e acústico.
Vantagens do Concreto Leve
Existem inúmeras vantagens no uso de concreto leve, pelo qual são:
- Redução da carga da estrutura da obra
Se quiser ter menos custo escolhendo um tipo de fundação mais barata, o concreto leve é a melhor escolha para diminuir as cargas da estrutura. Ademais, o seu uso também facilita a construção de pontes, já que o peso leve torna o preenchimento de grandes vãos menos complicados. - Térmico
Esse tipo de concreto tem ótimo desempenho térmico graças aos aditivos que possuem baixa condutividade de calor. No Brasil, existe o problema de regiões com variações extremas de temperatura, como a região norte (calor) e o sul (frio) e o concreto leve permite a preservação da sensação térmica em dias frios ou quentes. - Menos barulho
O concreto leve tem um bom nível de isolamento acústico do ambiente. No qual, a quantidade de som que atravessa as estruturas do concreto é menor comparado ao concreto convencional. - Dura mais
Esse tipo de material é mais durável pela sua impermeabilidade, cujo os componentes adicionais absorvem água durante a mistura e no processo de endurecimento essa água é liberada.
Desvantagens do Concreto Leve
- Caro
Uns dos responsáveis pelo preço mais alto em comparação aos convencionais, é o seu processo de fabricação que normalmente é muito complicado e lento. - Complicado para bombear para grandes estruturas
A pressão utilizada para executar o bombeamento pode interferir diretamente na composição do insumo. Por exemplo, tal processo pode romper as bolhas de ar incorporadas na massa, aumentando o seu peso. - Mais frágil
Mais leve e fácil de trabalhar, porém mais frágil contra compressão. Essa resistência pode ser aumentada por meio da redosagem da mistura, adicionando mais cimento ou adição de agregados químicos como a sílicia ativa. Mas lembre-se, essas técnicas tornam mais caro o custo do material. - Não protege tanto assim…
Infelizmente, os agregados que permitem a leveza da massa do concreto também o torna menos resistente, não oferecendo a proteção necessária para armadura de aço.
Conclusão
Como se pode ver, o concreto leve é um ótimo meio para ser usado em rebocos e obras que possuem vãos muito largos, além de ter um ótimo isolamento térmico, acústico e ainda, é impermeável, tornando-o mais durável ao tempo. Porém, por ser mais leve, ele se torna também mais frágil.
Mais ou menos similar a um lutador peso mosca enfrentar um peso pesado, em uma luta de boxe. O lutador mais leve tem sim vantagens contra o cara mais pesado, mas quem irá sentir mais a pancada vinda de uma carga maior, será o coitado do peso mosca, que provavelmente irá desabar no chão depois de levar apenas um soco.
Então, se estiver pensando em utilizar o concreto leve para sua construção, é bom pesar os prós e contras e ver onde realmente você será beneficiado com sua utilização e onde você não pode nem pensar em utilizá-lo!
