Ensaio de esclerometria

Esclerometria – Afinal De Contas, O Que É Isso?

“Esclerometria”, difícil imaginar que uma palavrinha tão complicada assim faria parte do mundo da construção civil, não é mesmo?

Mas acontece que saber o que é esclerometria é de suma importância para profissionais da área de construção civil. Se você está nessa área e não sabe ou nunca nem ouviu falar sobre esclerometria, sem problemas, saiba que você não é o único, e nós estamos aqui justamente para te ensinar isso.

De maneira bem rapidinha e resumida, podemos dizer que esclerometria é o ensaio não destrutivo bastante utilizado ao redor do mundo para realizar uma primeira análise sobre a qualidade do concreto em uma determinada obra.

Sim, é claro que iremos te explicar isso mais aprofundadamente, mas nós precisamos começar com esta pequena introdução para destacarmos um termo, o ensaio não destrutivo, que é lógico também possui seu termo antagônico, o ensaio destrutivo. Quer saber o que é isso? Vem com a gente!

Ensaio não destrutivo e Ensaio destrutivo

Antes de falar sobre ensaio não destrutivo e ensaio destrutivo, vamos focar no para que estes ensaios são realizados.

Os ensaios servem para que os engenheiros possam avaliar sobre a real situação de uma determinada estrutura, para que ele saibam se a estrutura em questão necessita ou não de um tratamento específico. Nessa linha de pensamento nós temos os ensaios destrutivos e os não destrutivos.

Os ensaios destrutivos são aqueles em que uma porção da construção é retirada (daí o nome de “destrutivos”) para que sua resistência possa ser posteriormente analisada. Mas aqui neste artigo nós não iremos focar neste tipo de ensaio.

Nós focaremos nos ensaios não destrutivos, que como você deve ter suposto corretamente, é o tipo de ensaio que permite uma coleta de informações sem que para isso você cause quaisquer danos para a estrutura, e é o tipo de ensaio que a esclerometria se encaixa.

Na realidade, são vários os ensaios não destrutivos, vamos dar uma conferida rapidinha nos principais ensaios não destrutivos antes de nos aprofundarmos na esclerometria.

1 – Ultrassom

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Sim, nós também podemos fazer ultrassom em uma estrutura. O equipamento utilizado aqui é composto de uma fonte que se conecta com dois transdutores, um receptor e o outro transmissor. O transmissor irá então emitir ondas acústicas ultrassônicas para dentro da estrutura, as quais serão recebidas pelo receptor. A ideia aqui é que descontinuidades no concreto que variem de 20 kHz a 150 kHz possam ser detectadas.

De acordo com a velocidade que as ondas se propagam é possível se ter uma noção das características do concreto, pois, quanto maior esta velocidade for, melhor então será a qualidade do material utilizado.

2 – Ensaio visual

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“Esse eu sei fazer”, talvez você pense, mas é um pouquinho mais complicado do que apenas ficar olhando para a estrutura.

O ensaio visual será o primeiro tipo de ensaio feito em qualquer estrutura, sendo necessário um profissional devidamente qualificado para realizar esta análise. O profissional poderá apenas observar a estrutura para tirar suas conclusões ou então se utilizar de equipamentos para isto, tais quais lupas, espelhos, câmeras, binóculos, etc, tudo o que ele tiver a sua disposição que possa ajudá-lo com esta análise.

3 – Resistência a penetração

Para este tipo de teste você irá precisar de um petrômetro Windsor. Este é um equipamento que irá disparar um pino na estrutura que você estiver avaliando, sendo que o comprimento do elemento exposto irá indicar o quanto aquele concreto resiste a penetração, basicamente, é um teste de dureza. Este teste também pode ser realizado em outras estruturas que não as de concreto, como a madeira por exemplo. É um excelente meio de você averiguar a resistência de sua estrutura antes mesmo de retirar as fôrmas.

4 – Termografia infravermelha

Esta análise baseia-se no principio de que, qualquer anomalia que ocorra abaixo da superfície de algum material irá afetar diretamente o seu fluxo de calor. Através deste ensaio pode-se detectar diversos defeitos que ocorram nas estruturas de concreto, e é importante também salientar que esta técnica pode ser feita de maneira passiva ou ativa.

No método passivo analisa-se a energia térmica que o material apresenta, e já no método ativo a estrutura pode ser aquecida ou resfriada artificialmente. Feito isso, são analisadas quaisquer alterações térmicas por meio de equipamentos detectores de infravermelho, sendo que, quanto maior a profundidade do problema, mais demorada será a mudança de temperatura. Para problemas que estejam a uma profundidade superior a 10 cm, sua alteração de temperatura somente será perceptível após passada uma hora.

5 – Pacometria

Quer verificar a armadura dentro do concreto? Saber sua condição, diâmetro e comprimento? Estas são dúvidas recorrente principalmente para estruturas que tenham sido feitas sem um projeto, e saiba que é possível saber tudo isso através da análise da pacometria.

Esta análise é feita através da pertubação que o aço sofre quando exposto a um campo magnético que é criado através de um sistema de bobinas.

6 – Medição de maturidade

Não, esse ensaio não é pra ver o quão madura é a construção, pelo menos não da maneira que você está pensando. O que acontece aqui é um estudo da resistência do concreto tomando como base seu histórico de tempo e de temperatura (ao longo de seu tempo de cura). Este ensaio demonstra a importância de variações térmicas e das influências sobre como a resistência da estrutura se desenvolve.

O ensaio de esclerometria

Ensaio de esclerometria

Certo, vamos focar aqui agora no intuito deste artigo, discorrermos sobre o ensaio de esclerometria, um ensaio não destrutivo e amplamente utilizado.

Como já dito acima, o ensaio de esclerometria é o mais utilizado ao redor do mundo para realizar aquela primeira análise em cima da qualidade do concreto que está sendo utilizado em obra. E é bom destacarmos que o emprego deste ensaio deve sempre estar de acordo com a NBR 7584 – Concreto endurecido — Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão — Método de ensaio.

“E como é feito o ensaio de esclerometria?”, Engraçado você perguntar, pois já íamos te ensinar isso agora mesmo!

O ensaio de esclerometria baseia-se em um sistema massa martelo que, quando impulsionado por uma mola, acaba por se chocar com a área que será analisada. Quanto maior for a dureza daquela área, menor então será a parcela de energia que irá se converter em uma deformação permanente, e consequentemente maior deverá ser o recuo que a massa martelo irá sofrer.

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Este ensaio deve ser feito 9 vezes na mesma peça que você estiver analisando, sendo que cada resultado deverá ser devidamente analisado para que posteriormente seja feito a média e a correção. Quer entender um pouquinho melhor como isso tudo é feito? Então dá só uma conferida no vídeo abaixo:

Conclusão

Agora você tem uma noção do que é um ensaio de esclerometria, para que ele serve e como é feito, além de termos passado rapidamente pelos principais ensaios não destrutivos. E, caso queira continuar embarcando nessa área de análise de concreto e estruturas, aconselhamos a conferir o artigo sobre corpo de prova de concreto, outra análise imprescindível em uma construção.

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