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Gestão de Resíduos Gerados da Construção Civil: Gerenciamento

Os resíduos da construção civil, se não forem bem cuidado, podem acabar causando problemas tanto para natureza quanto para a sociedade. Infelizmente, não é só jogar tudo em uma caixa de transporte e está tudo bem.

Os resíduos sólidos de construção civil (RSCC) são responsáveis pela produção de 50% dos resíduos no Brasil.

Mesmo que os resíduos de construção civil não causem grandes riscos ao meio ambiente devido ao fato de suas características químicas e minerais serem semelhantes a materiais presente na natureza, ele ainda pode produzir resíduos extremamente poluentes; assim como óleos de maquinarias, cimento de amianto e tinta.

Principalmente por causa do fato dessas construções serem feitas em locais urbanos. Se o responsável do gerador desses resíduos não der a destinação ambientalmente adequada aos Resíduos da Construção Civil – RCC, projetos não sairão do papel.

E é exatamente por isso que esses resíduos precisam ser tratados de maneira adequada. Nesse artigo você vai ler sobre mais sobre os resíduos da construção civil, o que fazer com eles, tipos e dicas.

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Classificação dos resíduos de construção civil

A resolução nº307/2002, que instituiu o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos RCC.

O CONAMA é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e conta com setores federais, estaduais, municipais, setores empresariais e sociedade civil.

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Vale frisar que a Resolução 348/2004 determina que quem gerou os resíduos é o total responsável pelo seu gerenciamento.

Segundo a resolução da CONAMA 307 Art. 3º, os resíduos são classificados como:

Classe A

Os resíduos de Classe A são materiais que podem ser reutilizados em obras de infraestrutura, edificações e canteiro de obras ou serem mandados para aterros próprios para materiais de construção, podendo assim serem reciclados.

Os resíduos da Classe A são compostos por:

  • Cerâmica;
  • Tijolos;
  • Telhas;
  • Argamassa;
  • Concreto;
  • Solo de terraplenagem.

Classe B

São materiais que podem ser reciclados para uso em outros locais que não sejam em uma construção civil, ganhando outras destinações.

  • Papelão;
  • Plásticos;
  • Metais;
  • Madeira
  • Vidros;
  • Gesso;
  • Isopor;
  • Estopas.

Classe C

É necessária uma atenção especial nessa classe, pois os resíduos presentes nela ainda não contam com técnicas de reaproveitamento e reciclagem.

Os resíduos de classe C são qualquer material que não esteja na classificação de resíduos classe D, eles devem ser encaminhados para aterros preparados para o seu recebimento próprio.

Exemplos de materiais classe C.

  • Gesso;
  • Isopor;
  • Pinceis (que não tenham nenhum material nocivo a seres humanos e nem ao meio ambiente).

Classe D

São resíduos que podem afetar a saúde humana, animal e causar impactos ambientais.

Exemplos desses resíduos são:

  • Tintas;
  • Solventes;
  • Vernizes;
  • Materiais de amianto;
  • Materiais contaminados.

Boa imagem

Segundo o Green Building Council Brasil, a construção civil é umas das indústrias que mais consomem recursos naturais, ainda sendo responsável pela emissão de cerca de 30% dos gases na atmosfera.

Como muitas pessoas estão ficando cada vez mais conscientes com meio ambiente, uma empresa que trata com descuido seus resíduos, depositando eles em locais inadequados, principalmente em grandes quantidades; é considerada pouco sustentável.

Além disso, se deve tomar cuidado para que os resíduos não comprometam o tráfego de pedestre e veículos e o entupimento de drenagem e urbana.

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Uma empresa que se preocupa e que saiba reaproveitar seus resíduos, é uma empresa que demonstra responsabilidade e comprometimento com o bem comum da sociedade.

Diminuindo a produção de resíduos da construção civil

Infelizmente é impossível escapar disso.

Toda obra terá sim resíduos, por mais organizada e cuidadosa que seja. Mas é possível diminuir os seus efeitos.

A seguir, alguns processos que você pode adotar no dia a dia de sua obra.

  1. Treinamento de gerenciamento e separação de resíduos aos seus funcionários;
  2. Identifique os locais de aterro de resíduos conforme suas classes;
  3. Averigue se o consumo de materiais está de acordo com a construção, evitando excessos;
  4. Manter a limpeza no canteiro de obras;
  5. Evite corte de placas de cerâmica;
  6. Cuidado com o armazenamento dos resíduos.

Formas de reaproveitamento

A primeira etapa é a triagem.

Para ela ser feita da forma mais eficiente possível, o canteiro de obras deve dispor de áreas voltadas para separação e acondicionamento dos materiais. De preferência, a separação deve ser feita nos locais de origem dos resíduos e transportados internamente para depois leva-los para o reaproveitamento.

Esses resíduos guardados, principalmente resíduos de classe A e B, passam por um processo de trituração em um local especializado. Após triturados, são classificados de acordo com o tamanho da fração e tipo, como areia, brita, pedrisco e etc.

A partir disso, são comercializados como matéria prima secundária, que serve para fabricar produtos de construção civil como tijolos ou bloco de cimento.

O lado negativo dos resíduos da construção civil

Existe uma estimativa que diz que, por ano, são recolhidas trinta e três mil toneladas de resíduos de construção civil, e esse número pode ser até maior.

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Como os resíduos da construção civil são de grande volume, seu descarte inadequado pode causar impactos negativos na sociedade, dificultando a drenagem urbana dos esgotos sanitários e águas pluviais, obstruindo rios que são componentes essenciais nos sistemas urbanos de escoamento e da prevenção de enchentes; e pode alterar drasticamente a paisagem de uma cidade.

O descarte descuidado em áreas perto de fontes, lagos, lagoas, rios e riachos podem poluir a água e peixes, adoecendo uma cidade ou até mesmo matando a vida aquática do rio.

Além claro, nesses resíduos é possível vários focos de mosquitos que causam as terríveis doenças como Dengue, Zika e Chikungunya.

Concluindo

No Brasil, se produz muito entulho, ou numa linguagem mais técnica, resíduos de construção civil. Esses resíduos podem causar muitos males para a sociedade, tanto que se foi criado a Resolução 307/303 só para gerir isso.

O descuido desses resíduos, principalmente os de classe D, por serem altamente químicos, necessita de um cuidado especial para que não poluam rios e nem lençóis freáticos.

Mas a reciclagem dos resíduos classe A, que são os resto de tijolos e afins, pode ser muito bem reaproveitado. Um tijolo feito de areia reciclada custa metade do preço tradicional, sabia disso? Já imaginou quanto de dinheiro se economizaria apenas reaproveitando os entulhos de classe A na sua construção?

Pois é, além de criar uma construção sustentável você também economiza dinheiro, e isso tudo, é possível…

…Apenas cuidado melhor dos seus resíduos.