curso de design de interiores

Curso de Design de Interiores: Formação, Disciplinas e Áreas de Atuação

O designer de interiores é o profissional responsável por projetar e ambientar os espaços internos de residências e locais públicos ou comerciais, levando em conta diversos fatores como estética, conforto, funcionalidade, sempre de acordo com a necessidade e os desejos do cliente. Para tanto, é preciso que este profissional seja capacitado nessa área, tendo cursado e graduado em curso de design de interiores, seja de nível Técnico, Tecnólogo, Graduação ou Pós-graduação.

Dependendo do grau de especialização, o designer de interiores pode trabalhar em diversas áreas de atuação, projetando e desenvolvendo ambientes variados, até instalações efêmeras como feiras e eventos ou estandes de vendas de imóveis. Ele pode ser responsável por projetos de sustentabilidade e aproveitamento de materiais, pode atuar em lojas de mobiliário ou de revestimentos e até criar paisagismos.

Normalmente, o profissional define os materiais de revestimento e acabamento, iluminação, paleta de cores e a distribuição de móveis, objetos e obras de arte, entre outras questões do projeto. Em geral, o seu dia a dia de trabalho inclui estar em contato com o cliente, assim como outros profissionais que executarão o projeto, como arquitetos, marceneiros, pedreiros, pintores e eletricistas.

Quer saber mais sobre a profissão e tudo o que envolve o curso de design de interiores? Vamos lá!

O que é Design de Interiores?

O curso de design de interiores deve abranger as disciplinas necessárias para capacitar o profissional na área.
O curso de design de interiores deve abranger as disciplinas necessárias para capacitar o profissional na área.

O termo “Design de Interiores” é bastante recente, tendo sido oficializado no final da década de 1990, quando o Ministério da Educação e Cultura (MEC) lançou os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico – Área de Design, ao formatar as bases curriculares do curso técnico, que hoje são adotadas em todo o território nacional.

Antes disso, a área era conhecida apenas como “Decoração”, “Arquitetura de Interiores” ou simplesmente “Design”. Hoje podemos dizer que Design de Interiores é uma área e designer é o profissional que atua nessa área.

Embora muita gente ainda confunde do designer de interiores com a do arquiteto, pois ambos os profissionais atuam na composição de ambientes residenciais e comerciais, elas são duas profissões diferentes.

No entanto, o arquiteto especializado em interiores, está habilitado a realizar todos os tipos de obras, podendo por exemplo, derrubar paredes, mexer com instalações elétricas e encanamento. Já o designer de interiores cuida somente da ambientação interna ou do paisagismo, não podendo realizar nenhuma obra que necessite de engenharia estrutural.

Como surgiu o Design de Interiores

A primeira escola a ministrar cursos na área de design de interiores foi o Instituto de Arte e Design (IAD), fundado em 1959 em São Paulo. Depois disso, vieram a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), com cursos de Graduação nas áreas de Design; os cursos Técnicos de Nível Médio, através da ETC Carlos de Campos e os cursos de Bacharelado em Belo Horizonte, Uberlândia e Rio de Janeiro.

No entanto, até os anos 70, o mercado ainda era dominado por homens (arquitetos, designers de móveis e decoradores autodidatas), todos conhecedores de arte, estética, tecido, mobiliário, antiquário, revestimentos, distribuição de peças e obras de arte, cortinas, tapeçaria, aplicação de cor, entre outras atribuições.

Porém, esse profissional quase não fazia interferência na arquitetura dos ambientes, como troca de piso, derrubar paredes e construção de bancadas, atribuições antes exclusivas do arquiteto. Assim, o designer de interiores se limitava apenas a decorar o ambiente obedecendo a arquitetura já existente.

Além disso, muitos arquitetos não se envolviam com decoração, por preconceito, julgando ser uma tarefa menos valorosa que projetar. E a contratação de um profissional de decoração era muito dispendiosa, sendo um privilégio de poucos.

A interferência do MEC

Já na década de 1980, surgiram vários cursos livres de Decoração de Interiores de diversos níveis em quase todos os estados brasileiros. Sendo que em 1999, o Ministério da Cultura (MEC), reimplantou o curso de Nível Técnico em Design de Interiores, com a colaboração da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) e das principais escolas de design do país – entre elas a ABRA – que ajudaram a formatar as bases curriculares.

De acordo com a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), só no ano de 2012 o Brasil já contava com 182 cursos espalhados pelo país, sendo 15 Bacharelados, 77 Tecnólogos e 90 Técnicos de Nível Médio, além da enorme quantidade de cursos complementares livres.

Design de Interiores da atualidade

Hoje, o designer de interiores tem autonomia muito maior do apenas decorar ambientes. Atualmente, o profissional desenvolve e executa projetos voltados para áreas internas de residências, comércio, indústrias, embarcações, veículos, entre outros, com elaboração de plantas, elevações e perspectivas de apresentação ao cliente e também especificações de produtos, orçamentos, contratação de profissionais e empresas para a execução dos trabalhos sob sua supervisão e o gerenciamento das obras, entre outras atividades.

Sendo assim, pode-se dizer que é uma das áreas que mais se desenvolveram nos últimos tempos e tem grande perspectiva de crescimento. A mudança se deu graças a ascensão da classe média, que tornou a decoração algo mais acessível, na área residencial.

A profissão passou a ser mais valorizada, pois as pessoas também perceberam que contratar um profissional para desenvolver o projeto e acompanhá-lo acabava saindo mais barato e mais eficiente, evitando uma série de dores de cabeça, além de otimizar o tempo do cliente.

Na área comercial, o público consumidor cada vez mais exigente fez com que os empresários mudassem sua visão quanto aos valores agregados ao ponto comercial.

Em 2008, o MEC desenvolveu e implantou o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio, definindo a carga horária mínima para os cursos do catálogo, os conteúdos de cada curso, assim como as possibilidades de temas a serem abordados e de atuação dos profissionais formados.

Dessa forma, os cursos constantes do Catálogo passaram a ser organizados por Eixos Tecnológicos, sendo que o curso passou a denominar-se Curso Técnico em Design de Interiores – Eixo Tecnológico: Produção Cultural e Design.

O que faz o profissional Designer de Interiores?

No curso de deisgn de interiores o aluno aprende a planejar ambientes e executar pequenas obras.
No curso de deisgn de interiores o aluno aprende a planejar ambientes e executar pequenas obras.

Como já dissemos, o profissional atuante em design de interiores está capacitado para planejar e organizar os espaços, residenciais, comerciais ou espaços em locais públicos, através da escolha de materiais e combinação de diversos elementos de um ambiente. Pode também inclusive sugerir e fazer pequenas interferências arquitetônicas, como derrubar paredes, ampliar ou diminuir espaços e construir bancadas, entre outros.

Ele ainda estabelece relações estéticas e funcionais ao que está imposto no projeto, harmonizando um determinado espaço com os móveis, objetos e acessórios pretendidos, procurando conciliar funcionalidade, conforto, praticidade e beleza.

Para tanto, também pode escolher as cores, materiais, acabamentos e iluminação, sempre de acordo com o ambiente e adequando o projeto às necessidades, ao gosto e à disponibilidade financeira do cliente, mediante suas aprovações.

Além disso, administra o projeto de decoração, estabelece cronogramas, fixa prazos, define orçamentos e coordena o trabalho de todos os profissionais envolvidos, como pedreiros, marceneiros, gesseiros, pintores, eletricistas entre outros.

Ele pode trabalhar como autônomo, montando seu próprio escritório, mas também pode atuar em escritórios de arquitetura, empresas especializadas em decoração e design de interiores ou como consultor e projetista em lojas de móveis ou de paisagismo.

Como deve ser o perfil de um Designer de Interiores

A profissão de designer de interiores basicamente exige criatividade, mas também é muito importante se manter atualizado sobre as tendências de mercado e de design no país e no mundo. Assim como entender de todos os materiais disponíveis que podem ser usados em cada espaço e as infinitas combinações entre cores e texturas para criar identidades exclusivas e eficientes.

Em se tratando do relacionamento com os clientes, o designer deve saber interpretar os seus desejos e exigências, além de saber conduzir o trabalho com um bom relacionamento interpessoal. É preciso ter boa comunicação para apresentar o trabalho e ideias, descrever os detalhes e as funções de cada elemento no projeto, além de convencer o cliente sobre eventuais mudanças, indisponibilidades ou necessidades de adequação.

Áreas de Atuação – Onde você pode atuar?

Depois de fazer o curso de design de interiores você poderá atuar em diversas áreas diferentes.
Depois de fazer o curso de design de interiores você poderá atuar em diversas áreas diferentes.

Não importa o curso de design de interiores, o pode atuar em qualquer lugar, não apenas se limitar a residências, mas também a locais comerciais e públicos, como hospitais, shoppings, restaurantes, escritórios, cafeterias, lojas, hotéis, clinicas, estandes de feiras e vendas, etc.

Além disso, pode atuar no planejamento e desenvolvimento de projetos, prestar assessoria na escolha de móveis e objetos de arte, fazer editoriais sobre o assunto para diversas mídias, se especializar em fotografia de interiores, desenvolver maquetes eletrônicas, etc., dependendo da sua especialização. Existem outras áreas mais específicas, como design de veículos, barcos, indústrias, entre outros.

Sendo assim, o designer de interiores pode atuar de formas diferentes nesses locais, dependendo do tipo projeto. Como por exemplo:

Desenho de móveis

O profissional pode atuar projetando o mobiliário, seja planejados, prontos ou construídos, criando peças conforme as necessidades do cliente, sempre adaptando-as ao espaço disponível. Pode também trabalhar desenhando coleções exclusivas para lojas de móveis e decoração.

Decoração e paisagismo

O profissional pode atuar integrando a colocação de móveis e acessórios com as áreas internas e externas, além de projetar, organizar e incorporar elementos naturais aos espaços com plantas e jardins, sempre levando em conta o conforto, a funcionalidade e a estética.

Gerenciamento

O profissional pode atuar acompanhando a o processo de reforma, auxiliando na compra de móveis e acessórios, fazendo orçamentos e contratando mão de obra para serviços de execução do projeto. Nessa área, o designer de interiores acompanha o processo todo da reforma.

Projeto

O profissional pode atuar criando o projeto a fim de organizar os ambientes de acordo com as necessidades do cliente ou do negócio, através da elaboração de plantas e maquetes, para indicar o estilo, as cores e a disposição de móveis e objetos.

Sustentabilidade

O profissional pode atuar priorizando nos projetos de ambientação o uso de materiais que levam em conta a economia de energia, a redução do gasto de água e o impacto ambiental, além do reaproveitamento de materiais, estruturas e objetos existentes.

Funções e rotina do Designer de Interiores

Dependendo da área de atuação, a rotina de um designer de interiores vai ser diferente. Se no caso, o profissional atuar como projetista, vai passar a maior parte do seu tempo no escritório, desenhando na frente do computador. Podendo, algumas vezes ter que sair para fazer visitas, vistorias e medições no local.

Caso atuar no gerenciamento de obras, a rotina do profissional será mais variada, com possíveis visitas ao local reunião com cliente, acompanhar as compras de materiais ou móveis, ficar em contato com fornecedores, prestadores de serviço entre outras coisas.

Grade Curricular: Quais as disciplinas para a formação?

Algumas pessoas ainda confundem os cursos de Design de Interiores e Arquitetura, porque boa parte da grade curricular do bacharelado em Design de Interiores é formada por disciplinas vistas também na graduação em Arquitetura.

O curso de Design de Interiores costuma durar 4 anos, se for um de graduação, e 2 anos se for um curso técnico, alternando entre aulas teóricas e práticas, com projetos que contam com a ajuda de programas de computador (AutoCad, Sketchup, Revit, Vector Works, Active 3D, 3D Max, entre outros).

A grade curricular do curso de Design de Interiores é construída de forma a preparar o profissional para diagnosticar problemas nos espaços e propor melhorias através da criação de projetos com base em uma visão que contemple as questões estéticas, sociais, culturais, tecnológicas e de conforto ambiental. Para se formar, o aluno precisa completar também um estágio e o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

De acordo com o MEC, existe um currículo básico de Competências e Habilidades para a formação do Designer de Interiores, sendo que cada escola deve usar pelo menos 80% desse currículo e completar os 20% com conteúdos que achar conveniente.

Essas Competências e Habilidades se dividem em prática (projeto) e teoria, sendo que os principais conteúdos indispensáveis para a formação em Design de Interiores são:

  • Arte do Design;
  • Desenho Livre;
  • Comunicação Empresarial;
  • Acessibilidade, Conforto e Ergonomia;
  • Cenografia e Perspectiva;
  • Desenho Técnico;
  • Desenho Arquitetônico;
  • Estética e História da Arte: Moderna, Contemporânea e Design;
  • Gerenciamento de Obras;
  • Linguagem de Decoração e Estilos;
  • Luminotécnica;
  • Maquete;
  • Metodologia de Projeto e Pesquisa;
  • Mobiliário;
  • Paisagismo;
  • Concepção de Projetos de Interiores: Comerciais, Empresariais e Residenciais;
  • Responsabilidade Social;
  • Tecnologia e Propriedade dos Materiais, revestimentos, Acabamento e Construção;
  • Teoria e Psicologia das Cores;
  • Leitura e Interpretação de Projetos;
  • Projeto Executivo;
  • Especificações;
  • Perspectiva Artística;
  • Perspectiva Isométrica;
  • Teoria da Decoração;
  • Memorial Descritivo;
  • Computação Gráfica;
  • Técnicas Ilustrativas;
  • Comunicação Visual;
  • Gestão de Projetos;
  • Projeto de Marcenaria;
  • Instalações Prediais;
  • Normas (ABNT) e Restrições;
  • Ecologia e Meio Ambiente.

Mercado de trabalho atual

Depois de fazer um bom curso de design de interiores o profissional estará capacitado para engrenar o no mercado de trabalho e ter sucesso.
Depois de fazer um bom curso de design de interiores o profissional estará capacitado para engrenar o no mercado de trabalho e ter sucesso.

O mercado de Design de Interiores está relativamente em ascensão. No entanto, ele acompanha o mercado imobiliário, construção civil, assim como o da arquitetura. Portanto, se esses setores vão mal, o mercado de design de interiores também fica prejudicado.

Como em toda profissão, o ideal é se manter sempre atualizado nas tendências de mercado e inovações, participar de concursos, frequentar mostras de design, visitar lojas e empresas, fazer contatos, ter um site acessível e apresentável, sempre promovendo um trabalho impecável e ético, baseado na transparência e profissionalismo. Isso porque nesse mercado, o próximo trabalho sempre vai depender da relação com o cliente e a sua satisfação no anterior.

Neste mercado, não importando o curso de design de interiores ou área de atuação, são as médias e grandes empresas que mais contratam este tipo de profissional para projetar e/ou coordenar os ambientes corporativos.

Além deles, escritórios de arquitetura, construtoras e incorporadoras, além de empresas de decoração e lojas de móveis que costumam oferecer aos clientes o serviço de designer de interiores.

No entanto, devido a crise que atingiu com força o mercado imobiliário nos últimos tempos, existem também boas oportunidades em outros setores, como do comércio e da organização de eventos. Além disso, alguns indicadores vêm apresentando uma alta no setor residencial, devido a procura por pessoas interessadas em reformar suas casas.

Ainda assim, o profissional pode escolher trabalhar por conta própria, podendo controlar a sua própria rotina e tendo uma renda variável no mês.

Os principais mercados para designers de interiores estão nas capitais de regiões como sul e sudeste do país. Mas também existem ótimas oportunidades em cidades turísticas do nordeste, que contam com grandes quantidades de pousadas, hotéis, resorts e restaurantes.

A área de sustentabilidade, agora está efetivamente ganhando grande importância. Por isso, além de dominar o desenvolvimento de projetos, você deve aprimorar as questões administrativas e ser empreendedor, ficando em áreas de expansão. Em muitos casos, uma boa escola ou estágio pode lhe trazer os primeiros contatos e possibilitar realizar pequenos projetos antes mesmo de terminar o seu curso de design de interiores.

Quais opções de cursos existentes no mercado?

Existe uma infinidade de tipos de curso de design de interiores de Nível Técnico, Tecnólogo e de Graduação, que visam a preparação do profissional para atuar no mercado de trabalho. Independente do grau de titulação do curso, há também a possibilidade de cursar Design de Interiores EAD.

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Curso de design de interiores: Graduação completa (Bacharelado)

O curso de Design de interiores de Graduação completa deve ter pelo menos 2.400 horas, com duração média de 4 anos, sendo um curso de formações mais completas. O bacharel em Design de Interior é preparado para atuar, principalmente, no desenvolvimento de projetos ligados a desenho artístico e arquitetônico e técnicas de instalações e iluminação.

Normalmente, a duração média é de oito semestres, com uma formação de quatro anos focada em análise de acabamentos, cores e formas, análise de viabilidade de projetos de decoração e realização de pesquisas de comportamento. A carga horária é também dedicada a atividades práticas e projetos, incluindo aulas de técnicas de instalação e iluminação, materiais e revestimentos, desenho de móveis e cenografia de interiores.

O aluno aprende também a lidar com ferramentas digitais e aplicativos de simulação de ambientes. No final do curso, costumam ser exigidos estágio e apresentação de monografia ou TCC.

Curso de design de interiores: Pós-Graduação

O curso de design de interiores de pós-graduação são para profissionais já graduados com diploma nas áreas de Artes Plásticas, Arquitetura e Urbanismo, Design, Engenharia, etc. A especialização é oferecida pelas instituições de ensino com titulação “latu sensu” nas modalidades presencial, semipresencial e EAD.

O objetivo da continuação acadêmica é capacitar os profissionais para o desenvolvimento de projetos na área, estabelecendo a melhor relação entre beleza estética e o instrumental prático. A sua duração média pode variar entre um ano e meio e dois anos, visando também desenvolver a capacidade criativa e o repertório cultural dos futuros designers.

Curso de design de interiores: Cursos Técnicos

O curso de Design de interiores de nível técnico tem no mínimo 800 horas, podendo demorar de 1 a 2 anos, com o objetivo de preparar o aluno para o mercado de trabalho, de forma rápida e objetiva, capacitando-o ao exercício da profissão.

No entanto, estes cursos são voltados mais para a decoração, podendo ter diferentes focos: decoração e paisagismo ou design de móveis e ambientes.

No início do curso, o aluno entra em contato com as ferramentas digitais e as técnicas da prática profissional, como a aplicação de cores e revestimentos. Em seguida, faz disciplinas mais específicas voltadas para a representação gráfica, com aulas de programas de desenho arquitetônico.

As matérias profissionalizantes dão ênfase aos espaços residenciais, com disciplinas como iluminação e ergonomia. Na etapa final, há foco em espaços comerciais e aulas de gestão empresarial.

Uma dúvida frequente entre os interessados no curso de design de interiores é em relação ao seu reconhecimento. Portanto, vale ressaltar que reconhecer cursos técnicos, é uma atribuição das Secretarias Estaduais de Educação (SEEs), órgãos vinculados ao MEC. O Ministério da Educação (MEC) é responsável apenas por cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado.

Portanto se alguma escola técnica afirmar que o curso é reconhecido pelo MEC, o correto é dizer que curso de design de interiores é reconhecido pela SEE, como é o caso do curso da ABRA, por exemplo.

Curso de design de interiores: Tecnólogo

O Tecnólogo é um curso de graduação escalonada, que deve ter no mínimo 1.600 horas, com duração média de 2 anos. Os objetivos deste curso de design de interiores de graduação é oferecer conhecimentos técnicos e científicos necessários para a formação de profissionais para atender campos específicos do mercado de trabalho.

Basicamente, os mesmos objetivos do curso técnico, com a diferença de ter o dobro da carga horária. Consequentemente, é um custo mais elevado, se cursado numa boa faculdade. Além disso, em alguns casos, recomendam-se mais dois anos para se especializar, completar a Graduação e candidatar-se a cargos públicos que exigem nível superior.

Melhor curso de Design de Interiores: Técnico, Tecnólogo ou Graduação?

Seja qual for o curso de Design de Interiores, uma boa escola deve preparar o aluno de forma objetiva para o mercado de trabalho. No caso de um curso técnico, em menos tempo e com um custo relativamente menor do que um curso tecnólogo ou de graduação numa faculdade. Em geral, o curso técnico não exige a frequência diária nas aulas e tem mais flexibilidade com os conteúdos.

Portanto, caso você pretenda entrar rapidamente no mercado, sem a intenção de se candidatar a cargos públicos que exigem graduação, o curso Técnico é uma boa opção. Mas, é preciso escolher com cuidado.

Quanto ao curso de design de interiores de nível Tecnólogo, é preciso ter mais cautela na hora de escolher o seu. Principalmente, porque muitas faculdades viram nessa modalidade uma forma de atrair os alunos para a graduação completa.
Lembre-se também que você vai precisar estudar mais dois anos para completar sua formação. Além disso, muitos desses cursos não preparam o aluno de forma adequada e, fazendo com que a atuação dependa muito do aluno em vivenciar situações na prática.

Já se você tem condições financeiras (e tempo) para fazer uma faculdade, escolha uma que seja conceituada no mercado. Um diploma de graduação é importante, porém, uma boa faculdade é cara, e as muito baratas não possuem credibilidade no mercado. Além disso, para cursar a faculdade é preciso fazer vestibular e estudar todos os dias.

Claro que existe uma pressão da família, da sociedade e do próprio mercado de trabalho, para um diploma de curso superior. Mas, às vezes, um bom curso técnico é melhor que fazer uma faculdade ruim, apenas para ter um diploma de graduação. Posteriormente, você pode completar os estudos (inclusive com aproveitamento de conteúdos), com graduação em Design de Interiores ou mesmo de Arquitetura, em muitos casos.

Designer de interiores possui reconhecimento?

A Lei Federal Nº 13.369, sancionada pelo Presidente Michel Temer, em 12 de dezembro de 2016, deu o reconhecimento necessário à profissão e estabelece:

Art. 1o É reconhecida, em todo o território nacional, a profissão de designer de interiores e ambientes, observados os preceitos desta Lei.

Art. 2o Designer de interiores e ambientes é o profissional que planeja e projeta espaços internos, visando ao conforto, à estética, à saúde e à segurança dos usuários, respeitadas as atribuições privativas de outras profissões regulamentadas em lei.

Art. 3o (VETADO).

Art. 4o Compete ao designer de interiores e ambientes:

I – estudar, planejar e projetar ambientes internos existentes ou pré-configurados conforme os objetivos e as necessidades do cliente ou usuário, planejando e projetando o uso e a ocupação dos espaços de modo a otimizar o conforto, a estética, a saúde e a segurança de acordo com as normas técnicas de acessibilidade, de ergonomia e de conforto luminoso, térmico e acústico devidamente homologadas pelos órgãos competentes;

II – elaborar plantas, cortes, elevações, perspectivas e detalhamento de elementos não estruturais de espaços ou ambientes internos e ambientes externos contíguos aos interiores, desde que na especificidade do projeto de interiores;

III – planejar ambientes internos, permanentes ou não, inclusive especificando equipamento mobiliário, acessórios e materiais e providenciando orçamentos e instruções de instalação, respeitados os projetos elaborados e o direito autoral dos responsáveis técnicos habilitados;

IV – compatibilizar os seus projetos com as exigências legais e regulamentares relacionadas a segurança contra incêndio, saúde e meio ambiente;

V – selecionar e especificar cores, revestimentos e acabamentos;

VI – criar, desenhar e detalhar móveis e outros elementos de decoração e ambientação;

VII – assessorar nas compras e na contratação de pessoal, podendo responsabilizar-se diretamente por tais funções, inclusive no gerenciamento das obras afetas ao projeto de interiores e na fiscalização de cronogramas e fluxos de caixa, mediante prévio ajuste com o usuário dos serviços, assegurado a este o pleno direito à prestação de contas e a intervir para garantir a sua vontade;

Afinal, qual a autonomia do Designer de Interiores?

Apesar de haver o reconhecimento da profissão, ele ainda é considerado muito recente para se ter normas que determinem qual a autonomia desse profissional. No entanto, ele tem autonomia para desenvolver os itens constantes na Lei, definidos acima.

Entretanto, independentemente da sua formação, o Designer de Interiores não pode “assinar” um projeto arquitetônico nem promover reformas estruturais, pois essas atribuições são exclusivas de Arquitetos e Engenheiros.

No entanto, ele pode trabalhar em conjunto com esses profissionais, e efetuar troca de pisos, revestimentos, planejar bancadas, forros de gesso, iluminação, fazer alterações nas partes de hidráulicas e sanitárias, sempre com a contratação de profissionais especializados.

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Pré-requisitos para um curso técnico?

Se você estiver interessado em fazer um curso de design de interiores de nível técnico, existem alguns pré-requisitos necessários, como por exemplo:

  • Ensino Médio completo ou em curso.
  • Requerimento de Matrícula (fornecido pela escola)
  • Requerimento / Declaração de Aproveitamento de Estudos (fornecido pela escola)
  • 02 Cópias do Histórico Escolar de Conclusão do Ensino Médio (Ensino Médio cursado em outros estados, trazer cópias autenticadas em cartório).
  • Declaração de Escolaridade (se estiver cursando o Ensino Médio) – Original e Cópia do Histórico Escolar de Conclusão do Ensino Fundamental.
  • Cópia do RG.
  • Cópia do RNE (para estrangeiros).
  • Cópia do CPF.
  • Cópia da certidão de nascimento ou de casamento.
  • Cópia do título de eleitor.
  • 03 Fotos 3×4 (Atuais).
  • Cópia do documento militar para o sexo masculino, entre 18 e 45 anos.
  • Comprovante de Residência.
  • Ensino Médio cursado em outro país, o interessado deverá procurar a Diretoria de Ensino e solicitar Equivalência de Estudos.

Como devo escolher um curso de design de interiores?

Depois de definir o seu orçamento, o tempo disponível e duração do curso de design de interiores, levando em conta quando quer entrar no mercado e como vai administrar sua carga horária, faça uma pesquisa profunda, na internet, conversando com pessoas, etc. Pegue o máximo de referências possíveis, depois separe as que mais gostou para agendar uma visita pessoalmente.

Cuidado com as escolas e faculdades que cobram pouco e prometem muito sem comprovação clara. Durante as visitas, tente conversar com alguns alunos. Algumas escolas como a ABRA permitem que você faça uma aula experimental gratuita.

Além disso, leia depoimentos de alunos, procure saber quem são os coordenadores de curso; os professores, principalmente se eles atuam no mercado; veja o material didático da escola; o tempo que ela oferece o curso; quantos alunos por sala; sistema de atendimento; suporte fora do horário normal, etc.

Além de agendar uma aula experimental, observe a produção dos alunos, pergunte se o curso é reconhecido por alguma associação da categoria e leia atentamente o contrato de prestação de serviços.

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Qual a média salarial de profissional dessa área?

Como esse tipo de profissional ganha por projeto, é difícil estabelecer um ganho fixo mensal, principalmente se ele for autônomo. Como em toda profissão, um profissional experiente e já conceituado, com uma boa clientela, vai ganhar razoavelmente bem e melhor, comparado a outro recém-formado, que precisa de mais experiência e nome no mercado.

No entanto, trata-se de uma profissão em ascensão, tanto na área residencial quanto comercial, com boas perspectivas. O pagamento de um designer de interiores também varia de acordo com a sua experiência, complexidade do projeto, cidade em que trabalha e alguns outros fatores.

Segundo a ABRA – Escola de Arte e Design, de São Paulo, um designer de interiores, no início da carreira, pode ganhar de R$ 4.000,00 a R$ 6.000,00. Há também quem cobre por m² (metragem), por isso, raramente o salário será fixo, variando de acordo com a dimensão do projeto.

Conclusões finais

Pronto! Agora você já tem informação suficiente sobre a profissão de designer de interiores. Por muitos anos a profissão era ridicularizada e havia muitos preconceitos, até por parte de arquitetos e engenheiros, que não valorizavam o profissional. Há muita gente que achava que era uma profissão voltada para apenas mulheres ou homens gays, embora no início predominassem homens. Mas isso ficou para trás!

Há quem achasse também que a profissão não tinha o seu mérito, pois não valia pagar caro por ums serviço que qualquer um fosse capaz de fazer sozinho. Sim, há muita gente com habilidades para isso. Mas é outro engano.

O profissional capacitado em sua área é capaz de garantir resultados eficientes e muito satisfatórios, afinal ele estudou para isso e sabe o que faz.

Tem gente também que fica insegura achando que o projeto feito por outra pessoa não é capaz de sair da forma como a pessoa deseja.

No entanto, esse é um péssimo profissional. Pois o ideal é que o projeto transmita os desejos e as necessidades do cliente, de forma profissional, sempre respeitando o cliente em primeiro lugar.

Procure trabalhar em conjunto com o designer de interiores e priorize sempre a boa comunicação entre vocês – colecione fotos, imagens e referências para que ele possa trabalhar de forma clara com aquilo que você quer e deseja,

Se você correr atrás do melhor curso de Design de Interiores, se empenhar e se manter atualizado, não haverá cliente que possa reclamar dos seus projetos. Boa sorte!